Um tubarão, da espécie Rhizoprionodon lalandii (popularmente chamado de cação-rola-rola) foi encontrado morto na Praia do Cedro, com uma argola plástica enroscada no corpo, possivelmente um lacre de garrafão. O objeto impediu o animal de se alimentar e se locomover, causando ferimentos graves que o deixaram vulnerável até a morte.


A cena chocante foi registrada por um pescador caiçara, que há anos colabora com iniciativas ambientais.

“Sou um pescador caiçara e fico indignado com essas situações. Sempre ajudei a manter a praia limpa, conscientizar as crianças e apoiar a conservação. Mas, quando encontro essas coisas, fico muito triste”, desabafou José Custódio Vieira, autor das fotos, e pescador da Praia do Cedro.
Um problema recorrente
Segundo o Aquário de Ubatuba, situações como esta não são pontuais: são cada vez mais frequentes. O plástico descartado de forma incorreta continua a ser um dos maiores inimigos da vida marinha, vitimando tartarugas, aves, golfinhos e tubarões.
Há anos, o Aquário desenvolve campanhas de conscientização contra o lixo no mar. Entre as ações já realizadas estão a instalação de cartazes educativos sobre o tempo de decomposição do lixo, palestras em escolas, formação de professores, mutirões de limpeza de praias e parcerias com instituições ambientais. Mesmo assim, os impactos seguem visíveis e alarmantes.
O plástico que não desaparece
Um simples lacre de garrafão pode levar séculos para se decompor, tempo suficiente para causar estragos irreversíveis na fauna marinha.
O que precisa mudar
Para o Aquário de Ubatuba, o combate ao lixo marinho exige responsabilidade compartilhada:
- Reduzir o consumo de plástico: optando por embalagens reutilizáveis e evitando descartáveis.
- Descartar corretamente: separando recicláveis e não jogando lixo em rios, praias e áreas costeiras.
- Mutirões de limpeza: participando ou apoiando iniciativas de retirada de resíduos.
- Cobrar mudanças: exigindo políticas públicas, fiscalização efetiva e embalagens sustentáveis.
- Conscientizar e educar: multiplicando histórias como esta para sensibilizar crianças e adultos.
- Apoiar instituições: fortalecendo ONGs e Centros de Resgate e Pesquisa que atuam pela preservação.
O Aquário de Ubatuba reforça que o enfrentamento ao lixo marinho não pode depender apenas de ações pontuais de voluntários ou instituições. É urgente que governos e empresas assumam responsabilidades, criem soluções sustentáveis e fortaleçam políticas de fiscalização.

“O caso deste tubarão é mais um alerta. Não é acidente, é consequência. Estamos há anos lutando contra o lixo no mar, mas sem um engajamento coletivo e políticas efetivas, vamos continuar perdendo vidas marinhas e comprometendo o futuro dos oceanos”, conclui a equipe do Aquário de Ubatuba.