Descobrir exatamente quanto lixo há no oceano é um exercício difícil. Sabe-se que apenas cerca de 9% dos plásticos globais são reciclados a cada ano.
Grandes quantidades desse lixo plástico acabam nos oceanos. A maioria vem da terra, arrastada para os rios – pela chuva, vento, transbordamento de bueiros e lixeiras – e transportada para o mar.
Preocupados com a grande quantidade de lixo despejado nos rios, mares e praias, o Aquário de Ubatuba e o Projeto Tamar decidiram lançar, em 1997, a “Campanha Contra o Lixo no Mar” , tendo sido as primeiras instituições no Brasil a trabalharem a educação da população acerca deste grave problema ambiental.
Uma vez no ambiente marinho, o lixo pode causar doenças e até a morte dos animais marinhos, bem como penetrar na cadeia alimentar, vindo a envenenar o próprio ser humano.
Segundo o Projeto Tamar-ICMBio, é comum a ocorrência de tartarugas mortas por asfixia ao ingerirem sacos plásticos, que são confundidos com itens de sua cadeia alimentar, como águas-vivas ou algas.
O Aquário de Ubatuba mantém então, desde 1997, a campanha contra o lixo no mar.
Em nosso circuito de visitação, você encontra a seção “Lixo no mar”, um corredor que tem o intuito de fazer o visitante se sentir como um peixe, nadando em meio ao mar de lixo. É possível observar os mais diversos tipos de lixo encontrados no mar e nas praias.
Além de gerar o impacto, o objetivo é apresentar alternativas para essa problemática, como a redução do consumo de plástico, a destinação para a reciclagem, entre outras.
Todos os anos, inúmeros animais como: tartarugas, pinguins, peixes, golfinhos, baleias, tubarões, aves marinhas, entre outros, ficam doentes, são feridos, prejudicados ou mortos em decorrência de objetos que são lançados ao mar. Além de prejudicar a vida marinha e a natureza, o lixo representa uma ameaça também à saúde humana.
O Aquário de Ubatuba e a Fundação Projeto Tamar foram as primeiras instituições do Brasil a promover os mutirões de limpeza de praia em 1997 e estes são realizados até hoje. As ações caminham junto à iniciativa “International Ocean Conservancy’s Coastal Cleanup”.
Em parceria com o Instituto Argonauta e outras organizações e instituições, o Aquário reúne esforços e envolve pessoas para realizar ações de retirada de lixo das praias, buscando não apenas destinar esse material ao lugar correto, mas também identificar as fontes geradoras e propor mudanças nos comportamentos que causam o acúmulo de lixo marinho.
A atuação do Instituto Argonauta, através da execução do Projeto de Monitoramento de Praias (PMP-BS), é importantíssima nesse contexto. Mensalmente, as equipes do PMP Argonauta percorrem mais de 3 mil quilômetros de praias no Litoral Norte e retiram toneladas de resíduos das praias monitoradas. Em parceria com o Aquário de Ubatuba, foi desenvolvido o Boletim do Lixo, no intuito de informar, todo mês, a situação das praias do litoral Norte de São Paulo com relação a presença de lixo.