Após receberem tratamento de reabilitação do Instituto Argonauta, 66 Pinguins e 1 Lobo-Marinho foram liberados no mar na manhã de ontem, na região do litoral norte de São Paulo. Estes animais, que migraram da costa da Patagônia, Argentina, Ilhas Malvinas e Uruguai para a costa brasileira, agora, terão a chance de voltar às regiões de origem, em operação que teve apoio do INPE e da Marinha do Brasil.
“A escolha da data e do ponto de soltura destes animais foi planejada de acordo com as condições de ventos e correntes marítimas que possibilitarão o retorno às colônias de reprodução”, explica Hugo Gallo, coordenador da operação, Oceanógrafo e Diretor Executivo do Instituto Argonauta e do Aquário de Ubatuba.
A grande maioria destes animais que chegam ao Brasil são jovens com menos de um ano de vida que se lançam ao mar todos os anos em busca de alimento. Alguns são encontrados nas praias, debilitados e precisando de cuidados de reabilitação. Por isso, são encaminhados ao Instituto Argonauta, onde recebem tratamento individual com foco no aumento da temperatura corpórea, ganho de peso e hidratação, além de outros procedimentos específicos de recuperação.
Até janeiro deste ano, foram plenamente recuperados 66 pinguins que foram soltos no mar e que poderão ter o trajeto monitorado pelos técnicos, por meio de anilhas (anéis metálicos de identificação) inseridas em cada especimen, o que permite a recuperação de informações, caso sejam reencontrados por alguém. Já aqueles que são considerados pelos veterinários inaptos à soltura são encaminhados a zoológicos e aquários.
A operação de soltura foi feita pelo Instituto Argonauta, que realiza este trabalho de cooperação para salvar animais marinhos desde 1998, com o apoio do Aquário de Ubatuba e convênio com a Petrobras desde outubro de 2011. Para a ação em alto mar, houve apoio do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE, que transmite as coordenadas geográficas das correntes marítimas monitoradas via satélite e da Marinha do Brasil, que cedeu a embarcação Lancha Patrulha Marlim para o transporte.
Esta é a segunda vez que acontece a soltura de animais reabilitados em São Paulo, sendo a primeira realizada em 2008. Para quem encontrar um pinguim pela praia, Hugo aconselha a “mantê-lo seco em caixa de papelão envolto em uma toalha ou jornal e esperar o resgate especializado chegar”. Ao contrário do que muitos imaginam, a espécie Pinguim-de-Magalhães não é polar e não está adaptada à temperaturas mais baixas, portanto, “é extremamente importante o acondicionamento correto do animal, devendo-se banir a hipótese de colocá-lo em gelo”, afirma Hugo.
Sobre o Instituto Argonauta
O Instituto Argonauta para a Conservação Costeira e Marinha é uma organização não governamental sem fins lucrativos, fundada em julho de 1998 pela Diretoria do Aquário de Ubatuba. Foi criado para incentivar a obtenção de recursos para projetos de pesquisa voltados à preservação do oceano. Tem como objetivo, o desenvolvimento e o apoio à cultura e educação com ações de conservação ambiental, defesa, elevação e manutenção da qualidade de vida do ser humano e do meio ambiente. Sediado em Ubatuba, atua em parceria com o Aquário de Ubatuba e mantém convênio com a Petrobras.
Sobre o Aquário de Ubatuba
O Aquário de Ubatuba foi fundado em fevereiro de 1996 pelo oceanógrafo Hugo Gallo, e é uma das melhores opções de lazer educativo para a conservação ambiental no litoral. Dentre as atrações, possui um dos maiores tanques de água salgada do país, com Tubarões e Raias, Pinguinário, onde o visitante pode participar da alimentação dos Pinguins, Tanque de Contato, onde é possível tocar em animais marinhos inofensivos, o único Tanque de Águas Vivas no Brasil, Terrário com Jacarés, Tartarugas e Iguanas, além de Museu da Vida Marinha e Auditório para apresentação de Palestras e Vídeos Exclusivos, que adicionam ainda mais conhecimento aos visitantes.