Desde sua fundação em 1996, o Aquário de Ubatuba realiza o resgate e reabilitação de animais marinhos. Em 1998, a diretoria do Aquário de Ubatuba e outros profissionais ligados a conservação marinha fundaram o Instituto Argonauta para a conservação costeira e marinha que desde 2016, com o apoio e patrocínio do Aquário de Ubatuba e a execução do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS ), uma condicionante – do licenciamento federal das atividades da PETROBRAS, conduzido pelo IBAMA – construíram o Centro de Reabilitação e Despetrolização de Animais Marinhos (CRD – Ubatuba) no município de Ubatuba/SP.
Uma estrutura física para o atendimento a mamíferos e aves aquáticos, na área compreendida entre o limite Sul de São Sebastião/SP e o Norte de Ubatuba. Dessa forma, a atuação abrange as áreas dos seguintes municípios: São Sebastião/SP, Ilhabela/SP, Caraguatatuba/SP e Ubatuba/SP.
O próprio Aquário de Ubatuba, desde sua fundação, atendeu a mais de 1600 animais, entre aves marinhas, como pinguins-de-Magalhães, gaivotas e atobás; peixes como meros e tubarões e mamíferos, como golfinhos, lobos, focas e baleias.
Considerando que a região é caracterizada por um intenso fluxo turístico e por uma significativa atividade pesqueira praticada na área, esse conjunto de atividades resulta numa forte interação do homem com a fauna encontrada na região, causando um nível significativo de acidentes com animais aquáticos.
A pressão da especulação imobiliária na região e a consequente ocupação de Áreas de Preservação Permanente – APPs – à margem dos corpos de água, são também fatores que intensificam a pressão sobre esses animais. A presença do maior terminal petrolífero da América Latina e as relativamente recentes obras de ampliação do Porto de São Sebastião e exploração de petróleo ampliam pressão sobre os ecossistemas costeiros e marinhos na região.
O aumento da ocorrência sazonal de animais debilitados, como pinípedes (lobos marinhos e focas), cetáceos (baleias e golfinhos), mustelídeos (lontras) e aves marinhas (gaivotas, atobás e, em especial, os pinguins) no litoral norte do Estado de São Paulo e litoral Sul do Estado do Rio de Janeiro, há muito tempo vem chamando a atenção das Instituições que trabalham com conservação na região.
Em uma parceria do Aquário com o Instituto Argonauta para Conservação Costeira e Marinha está o projeto SOS Animais Marinhos, que tem como principal objetivo melhorar o atendimento e resgate aos animais com a implantação do projeto com o apoio e parceria com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, de um Centro de Triagem de Animais Silvestres – CETAS, voltado à fauna aquática, com intuito de reabilitar esses animais – o CRETA – Centro de Reabilitação e Triagem de Animais Aquáticos, que atualmente incorpora o CRD do PMP-BS.
Ao encontrar animais marinhos vivos ou mortos, ligue:
0800 642 3341 – (12)9.9735-9167 ou (12)3833-4863
Essa combinação de números pode salvar a vida de um animal. Entre eles, pinguins, lobos-marinhos, tartarugas, aves e outras espécies da fauna marinha.
As populações de tubarões estão em declínio, sendo que muitas espécies estão ameaçadas de extinção devido à pesca predatória e principalmente do comércio de suas nadadeiras dorsais (barbatanas). A destruição de zonas costeiras e áreas abrigadas também impacta diretamente a população destes animais, uma vez que são locais utilizados para nascimento e desenvolvimento das espécies.
Com o intuito de conscientizar sobre a importância da preservação dos tubarões, o Aquário de Ubatuba criou uma campanha chamada “Tubarão: predador ou presa” que tem como objetivo informar sobre a preservação das espécies de tubarões e sobre os impactos humanos que influenciam negativamente este importante grupo de animais.
A campanha conta com uma exposição exclusiva, com placas informativas e materiais biológicos em nosso circuito de visitação, além da barraca EduCação que, além do circuito do Aquário, é transportada a eventos e escolas.
Todas estas ações visam à mudança de hábitos que prejudicam a existência dos tubarões e provocam um novo olhar sobre estas incríveis criaturas, sempre vistas como vilões.
Essa situação deve ser repensada, antes que seja tarde demais.
Há um grande desconhecimento por parte da população de que a carne de cação se trata de carne de tubarão e raias, e principalmente aos malefícios que este consumo pode trazer tanto para a nossa saúde, quanto ao oceano.
Por isso, criamos a Barraquinha da EduCação, uma ferramenta de Educação Informal que desperta o interesse e alerta sobre o consumo de cação e seu impacto para a conservação de elasmobrânquios.
Essa campanha cruza fronteiras e é levada nos eventos em que o Aquário de Ubatuba participa, como a Semana do Mar, o Fórum de Educação Ambiental do Litoral Norte, a Ocean Week e eventos de limpeza de praia e exposições.
Desde 2014 o Aquário de Ubatuba e o Projeto Tamar promovem a Semana do Mar, evento em homenagem ao Dia dos Oceanos, que é celebrado no dia 08 de Junho.
Constituindo dois terços da superfície terrestre, os oceanos são o principal regulador térmico do planeta e sustentam uma incrível biodiversidade marinha, que nutre e encanta os seres humanos. No entanto, a sobre-exploração, a poluição e a acidificação, como resultado do aquecimento global, vêm destruindo os ecossistemas e comprometendo o nosso bem estar.
O grande desafio hoje é criar medidas que protejam os mares e oceanos do impacto causado pelas atividades humanas. Pensando nisso, desde 2014 o Aquário de Ubatuba, o Instituto Argonauta e o Projeto Tamar realizam a Semana do Mar , um evento que tem a proposta de sensibilizar sobre a importância dos Oceanos e realizar ações que promovam a reflexão, no intuito de conscientizar quanto às ameaças que estes ambientes estão sofrendo.
Somos quase 8 bilhões de pessoas no mundo e isso gera um impacto gigantesco para o meio ambiente, principalmente para os oceanos que cumprem uma função vital para a manutenção da vida no planeta. Você sabia que a cada duas respirações que damos, uma vem do oceano?
Há muito para se aprender sobre um lugar que é menos conhecido que o próprio espaço. Por isso, durante a Semana do Mar são realizadas palestras, mesas redondas, atividades, oficinas de educação ambiental, capacitação para educadores, apresentações teatrais, musicais, de vídeos e fantoches, visitas técnicas, exposição fotográfica e ações de parceiros de diversos, projetos de conservação marinha, que em comum buscam conectar toda a sociedade sobre os impactos e a condições críticas que se encontram os nossos mares.
Para Hugo Gallo, oceanólogo e diretor do Aquário de Ubatuba e Instituto Argonauta, é necessário que todos se sensibilizem com essa questão. “O evento é simbólico e surgiu entre uma parceria do Aquário de Ubatuba, Instituto Argonauta e Fundação Projeto Tamar com o objetivo de chamar a atenção das pessoas sobre todos os problemas que envolvem o meio ambiente marinho e sobre a importância dos mares para a manter o equilíbrio ecológico, inclusive da vida do próprio ser humano. As atividades da nossa espécie estão afetando e pondo em risco a biodiversidade que existe nos mares. A vida começou no mar há quase 4 bilhões de anos e depende desse equilíbrio para continuar existindo neste planeta”, ressalta Hugo.
As edições da Semana do Mar convidam os participantes para discutir como podemos transformar essa realidade para o futuro sustentável que almejamos.