Estudo aponta que houve registros pontuais classificados como “caóticos” nas praias dos quatro municípios da região, durante o mês de março.
A 5ª edição do Boletim do Lixo nas Praias do Litoral Norte, produzido pelo o Instituto Argonauta, em parceria com o Aquário de Ubatuba, apresenta um estudo sobre a amostragem do lixo coletado durante o período de 01 a 31 de março de 2019, em 132 praias dos municípios de Ubatuba, Caraguatatuba, São Sebastião e Ilhabela.
De acordo com bióloga do Instituto Argonauta, Natalia Della Fina, coordenadora do Boletim do Lixo, a classificação pontual como “Caótico” – onde observou-se várias acumulações de lixo ao longo da praia – verificadas nas praias dos quatro municípios pesquisados, deveu-se à ocorrência de fortes chuvas que atingiram a região, as quais trazem grande quantidade de matéria orgânica e de lixo à praia. “Em meio a essa matéria orgânica, são encontrados resíduos de origem antropogênica (sob influência humana) tais como garrafas pet, copos, embalagens descartáveis, fragmentos de plástico e isopor, garrafas de vidro, preservativos, entre outros” ressaltou ela.
Foram retirados 1.377,6 kg de amostras de lixo das praias do litoral Norte que embasaram o estudo neste período. Em Ubatuba, foram retirados um total de 451 kg, em Caraguatatuba 314,9 kg, em São Sebastião 432,7 kg e em Ilhabela 179 kg. Os valores de peso são referentes a uma amostragem do local diária, sendo possível visualizar picos do aumento destes resíduos principalmente aos finais de semana, em todos os municípios.
O estudo se baseia na metodologia proposta por Earll et al., 2000, adaptada para nossa região, as quais: Ausente: quando não há evidência de lixo; Traços: predominantemente ausente, com a presença de alguns itens espalhados; Inaceitável: amplamente distribuído com algumas acumulações; Caótico: pesadamente contaminado com várias acumulações.
O lixo marinho sempre foi uma preocupação do Aquário de Ubatuba que, desde 1997, mantém uma Campanha Contra o Lixo no Mar em parceria com o Projeto Tamar e posteriormente com o Instituto Argonauta.
O presidente do Instituto Argonauta e diretor do Aquário de Ubatuba, o oceanógrafo Hugo Gallo Neto, afirmou que objetivo desse estudo é alertar e sensibilizar as autoridades, moradores e turistas da região do litoral Norte. “Esse estudo é uma contribuição que visa orientar as ações de preservação do ambiente marinho. O lixo representa uma das principais ameaças para a biodiversidade e para a economia da região, que depende basicamente do turismo”, declarou ele.
Sobre o Instituto Argonauta
O Instituto Argonauta para a Conservação Costeira e Marinha é uma organização não governamental sem fins lucrativos fundada em 1998 pela diretoria do Aquário de Ubatuba e atua em projetos de resgate e reabilitação da fauna marinha, educação ambiental e resíduos sólidos no ambiente marinho.
Sobre o Aquário de Ubatuba
É o primeiro aquário privado do Brasil aberto à visitação do pública e pioneiro no conceito de educação ambiental por meio do contato direto com animais. Destaca-se no país pelos projetos e realizações ao longo de 23 anos e foi o primeiro aquário a ter um tanque de águas-vivas e de contato no Brasil. A instituição, ainda, é premiada e reconhecida por iniciativas práticas de conservação e por ter sido a primeira em colocar em exercício iniciativas sustentáveis. Atende, gratuitamente, estudantes de escola pública da cidade mediante capacitação de professores.
O Aquário de Ubatuba funciona de domingo a quinta-feira, das 10h às 20h, Sexta, sábado, feriados e em temporada, das 10h às 22h.
Rua Guarani, 859, Itaguá, Ubatuba/SP. Telefone (12) 3834-1382.